quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
REGULAMENTO DE VIDA DE SÃO GERALDO MAJELLA
Apresentação:
O Regulamento não é um escrito com seqüência uniforme e lógica.89 Embora tenha uma certa estrutura com várias subdivisões, não é um texto orgânico, mas antes uma coleção de assuntos diversificados. Talvez sofreu a influência do texto escrito a pedido do Padre Giovenale, no qual Geraldo inclui notas anteriormente
escritas, como a resolução tomada a 21 de setembro de 1752. A redação atende, pois, ao que o dito padre lhe pediu: "todas as mortificações", junto com "outras aspirações, sentimentos, propósitos e o voto" de fazer sempre o mais perfeito.
A lista de "mortificações" é longa e detalhada. Reflete o espírito penitencial tão próprio da religiosidade do Sul da Itália no século dezoito. Deve-se lembrar, contudo, que, para Geraldo, trata-se de participar da cruz de Cristo e assemelhar-se com seu mistério de salvação universal. Por isso, deve-se ler esta parte em sintonia com o que segue: tanto com as "aspirações" ou desejos espirituais, enfocados na relação amorosa com Deus, como com os "sentimentos" e "reflexões" que acentuam a força e a radicalidade das decisões fundamentais da vida.
Os "propósitos" ou "lembranças" vêm precedidos por um amplo esclarecimento sobre a confiança, posta, não em suas forças, mas na "infinita bondade e misericórdia" de um Deus que não pode falhar em suas promessas. Esta confiança apoia também no "único consolador", o Espírito Santo, e na "segunda protetora", a Virgem Maria. Em seguida, os compromissos mais específicos, expressos quer em atitudes assumidas quer em ações concretas. É difícil encontrar neles uma ordem lógica. Geraldo, que sempre agiu com espontaneidade e livre de esquemas, sabia, contudo, captar o essencial nas pequenas coisas concretas da vida.
As "devoções" mostram sua preocupação especial no louvor da Santíssima Trindade e de Maria Santíssima, e enumera uma grande lista de "santos protetores".
Os "afetos" finais abrem o panorama para o mundo inteiro. Geraldo anseia que todos os seres humanos compreendam a profundidade do amor de Deus e possam se salvar.
***
A graça divina esteja sempre em nossos corações e Maria Santíssima no-la conserve. Amém.
Meu padre,
V. Revma. quer conhecer todas as mortificações que faço, e as quer por escrito, juntamente com outras aspirações, sentimentos, propósitos e a última declaração do voto já feito (de fazer o mais perfeito).
Estou pronto a dar-lhe contas de tudo; não só das coisas exteriores, mas também das interiores, para me unir mais com Deus e me fazer caminhar com mais segurança até minha eterna salvação.
1. Mortificações de cada dia
Uma disciplina. Um cilício, com um palmo e dois dedos a menos de largura com dois palmos de comprimento, para a perna. Um coração de ferro, com pontas também de ferro.
Ao levantar-me e ao deitar faço no chão nove cruzes com a língua. Seis Ave-Marias com o rosto no chão de manhã e à noite.
Ao almoço e ao jantar pôr ervas amargas num dos pratos. Três vezes por dia mastigar losna ou outra erva amarga.
Às quartas, sextas e sábados, e em todas as vigílias (de solenidades), comer de joelhos e abster-se de frutas. Às sextas-feiras tomar só duas porções de manhã e, à noite, uma. Aos sábados, pão e água.
Às quartas, sextas e sábados, dormir com uma corrente no peito e um cilício na perna. Deitar sobre um cilício com um palmo de largura e três de comprimento, que servir-me-á de cinturão nos mesmos dias.
Cada oito dias fazer uma disciplina até derramar sangue.
Em todas as novenas para as festas de Cristo, da Virgem e de outros santos, fazer as mencionadas mortificações, acrescentando cada dia uma flagelação e outras penitências extraordinárias que pedirei licença a V. Revma.
2. Aspirações
Amar muito a Deus.
Estar sempre unido a Deus.
Fazer tudo por Deus.
Amar tudo por Deus.
Conformar-me sempre com a vontade de Deus.
Sofrer muito por Deus.
3. Sentimentos mais vivos do coração
Tenho agora a maravilhosa ventura de tornar-me santo, e, se a desperdiço, perco-a para sempre.
E agora tenho a felicidade de tornar-me santo...
Pois, que me falta para fazer-me santo? Tenho todas as ocasiões favoráveis para ser santo.
Coragem, pois, quero me tornar santo.
Oh! Quão importante é fazer-me santo! Senhor, que loucura a minha!
Far-me-ei santo à custa dos outros e depois me queixo?
Irmão Geraldo, decidas a dar-te totalmente a Deus.
Desde agora sejas mais sensato e penses que não te farás santo estando só em contínua oração e contemplação.
A melhor oração é estar como Deus quer. Permanecer na vontade divina, isto é, em contínuos trabalhos por amor a Deus. É isto que Deus quer de ti.
Não te submetas a teus gostos ou aos do mundo. Basta ter só Deus presente, e estar sempre nele, em tudo o que fazes.
Na verdade, tudo o que se faz unicamente por amor de Deus, tudo é oração.
Alguns se preocupam em fazer isto ou aquilo. Eu só tenho a preocupação de fazer a vontade de Deus.
Nenhum sofrimento é sofrimento, quando a gente o aceita seriamente.
No dia 21 de setembro de 1752, tornei-me mais consciente desta máxima: se tivesse morrido 10 anos atrás, atualmente não procuraria nada, não pretenderia nada.
Quero agir neste mundo como si (somente) fossemos eu e Deus.
Alguns me dizem que eu zombo do mundo. Oh Deus, o que haveria de estranho se eu me risse do mundo. Muito grave seria se eu me risse de Deus!
4. Reflexões
Se me perco, perco a Deus. E que me resta perder, se perco a Deus?
Senhor, fazei que em mim se avive especialmente a fé no Santíssimo Sacramento.
5. Propósitos
Senhor meu Jesus Cristo, estou aqui com papel e pena para escrever e prometer à vossa divina Majestade os propósitos seguintes, que já fiz, e que agora, em razão da santa obediência, de novo os confirmo. Oxalá seja de vosso agrado que, aquilo que estou renovando, possa-o cumprir plenamente. Ah, que não posso fiar-me em minhas forças e,
por isso, me atrevo a prometer. Confio unicamente em vossa imensa bondade e misericórdia, porque sois um Deus infinito e não podeis falhar em vossas promessas.
Eia, pois, bondade infinita, se no passado houve algum não cumprimento, foi por minha culpa. Mas, de agora em diante, quero que vós ajais em mim. Sim, Senhor, fazei que eu os cumpra pontualmente. Porque é certo que de vossa fonte infinita espero tudo. Amém.
6. Exame do meu interior oculto
Escolho o Espírito Santo como único consolador meu e protetor em tudo. Seja meu defensor e vença em todas as minhas lutas. Amém.
E tu, única alegria minha, Imaculada Virgem Maria, (espero que) sejas minha segunda protetora e consoladora em tudo o que me acontecer. E que, a respeito destes meus propósitos, sejas sempre minha única advogada diante de Deus.
Convido também a todos vós, espíritos bem-aventurados, a assistir-me como meus queridos intercessores diante de nosso universal criador. Escrevo tudo isto em vossa presença, a fim de que vós, desde o céu, tendo lido e relido, vos interesseis diante da divina Majestade em ajudar-me a cumpri-los plenamente. Que vossas preces sejam eficazes.
Coragem! Assim obrigo-me e prometo ao Deus Altíssimo e a Maria Santíssima e a todos vós. E que particularmente me assistam Santa Teresa, Santa Maria Madalena de Pazzi, Santa Catarina de Sena e Santa Inês.
Cada quinze dias farei um exame de consciência para saber se faltei em alguma coisa do que escrevi.
Ai de ti, Geraldo, o que fazes? Fiques sabendo que um dia te será jogado na cara este texto. Por isso, penses bem e cumpras tudo.
Mas, quem és tu que me fazes tal censura? Sim, isto é verdade. Porém ignoras que eu não confiei em mim mesmo, nem agora, nem nunca o farei. Conheço bem minhas misérias e, por isso, me espanta confiar em mim mesmo. Se não fosse assim, já teria perdido a cabeça.
Por isso confio e espero somente em Deus, pois em suas mãos tenho colocado toda minha vida, para que Ele faça o que desejar. Estou, pois, na vida, porém sem vida, porque minha vida é Deus.
Confio somente em Deus e somente dele espero auxílio para cumprir verdadeiramente tudo quanto aqui prometo. Vivam Jesus e Maria!
7. Lembranças
1. Meu Deus querido, único amor meu, hoje e para sempre me entrego à vossa divina vontade. Em todas as tentações e tribulações direi: "Que se faça vossa vontade". Aceitarei tudo no íntimo de meu coração e, levantando os olhos até os céus, adorarei vossas mãos divinas que deixam cair sobre mim as pérolas preciosas do vosso divino querer.
2. Senhor meu Jesus Cristo, farei quanto a santa Madre Igreja Católica me ordena.
3. Deus meu, por vosso amor obedecerei a meus superiores como se olhasse e obedecesse vossa divina pessoa. Serei como se já não fosse eu, para identificar-me com o que sois na inteligência e vontade de quem me ordena.
4. Serei muito pobre a respeito dos gostos da minha própria vontade e rico em toda miséria.
5. Entre todas as virtudes que vos agradam, Deus meus, a que mais me agrada é a pureza e a beleza de Deus. Ó infinita pureza, espero que me haveis de livrar do mínimo pensamento impuro, no qual eu, miserável, posso cair neste mundo.
6. Não falarei a não ser sob estas três condições:
- que aquilo que devo dizer seja para a verdadeira glória de Deus;
- para o bem do próximo;
- por alguma necessidade minha.
7. Nos recreios, não tomarei a iniciativa da palavra a não ser quando me perguntarem ou por algumas das condições acima mencionadas.
8. A toda palavra que desejar falar, e da qual não resultar o gosto de Deus, acrescentarei uma jaculatória: "Jesus meu, eu te amo com todo o coração".
9. Nunca falarei nem bem nem mal de mim mesmo, mas agirei como se eu não existisse neste mundo.
10. Jamais me desculparei, ainda que eu tenha toda razão; é suficiente, que naquilo que me falam, não exista ofensa a Deus ou prejuízo para o próximo.
11. Serei inimigo de todo tratamento especial
12. Nunca responderei a quem me repreende, a não ser que seja interrogado.
13. Nunca acusarei ou comentarei os defeitos dos outros, nem sequer por gracejo.
14. Defenderei sempre meu próximo e verei nele a própria pessoa de Jesus Cristo, quando era inocentemente acusado pelos judeus. Farei isto especialmente quando (as pessoas criticadas) estejam ausentes.
15. Corrigirei a qualquer um, mesmo que seja o próprio Padre Reitor mor, quando falar mal do próximo.
16. Esforçar-me-ei por evitar toda ocasião que torne o próximo impaciente.
17. Quando souber de algum defeito de meu próximo procurarei corrigi-lo, não diante dos outros, mas (em particular) entre nós dois, com toda a caridade, e em voz baixa.
18. Quando descobrir que um padre ou irmão necessitam de algo, deixarei tudo para ajudá-lo, a não ser que haja uma ordem contrária.
19. Sempre que me seja permitido, visitarei os enfermos várias vezes ao dia.
20. Não interferirei nos ofícios dos outros, nem sequer para dizer: aquele não fez bem isto, etc.
21. Em todos os ofícios em que me colocarem como ajudante, obedecerei atentamente ao encarregado, sem contestação. Diante de uma ordem não me atreverei em dizer que isto ou aquilo não está bem, que não me agrada. Contudo, em coisas que eu tenha alguma experiência e perceba que não está bem, direi meu parecer, porém sem arvorar-me em mestre.
22. Em todos os casos, nos quais devo trabalhar com os outros, ainda que sejam coisas pequenas e simples como: varrer, carregar objetos, etc., nunca terei por norma ocupar o melhor lugar, o mais cômodo, o instrumento mais apropriado para esse trabalho. Darei o melhor aos outros, contentando-me em Deus com o que me sobrar. Assim, os outros estarão contentes, e eu também.
23. Não me oferecerei por minha conta para algum trabalho ou para outra coisa: aguardarei que me seja mandado.
24. Durante as refeições não ficarei olhando de um lado para outro, mas tão somente para o bem do meu próximo ou em razão do ofício que ocupo.
25. Pegarei o prato que me puserem mais perto, sem escolher. (Nota: o prato continha a porção de alimento para cada confrade).
26. Quando sentir revolta interior, procurarei não explodir imediatamente. Assim farei com quem se zanga comigo ou me acusa. Esperarei que passe o ímpeto da ira, de modo que possa raciocinar com doçura.
27. Decisão definitiva de dar-me totalmente a Deus. Por isso, terei presente estas três palavras: surdo, cego e mudo.
28. Não usarei desta linguagem: quero, não quero; queria, não queria. Somente desejo que em mim, ó Deus, se façam vossos propósitos e não os meus. ("sint Deus vota tua et non vota mea").
29. Para fazer o que Deus quer, não posso fazer o que eu quero. Sim, eu, eu, eu somente quero a Deus. E por Deus não quero Deus; quero o que Deus quer. E se quero somente a Deus, é necessário que me desapegue de tudo o que não é Deus.
30. Não me preocuparei em procurar coisas para minha comodidade.
31. Em todos os momentos de silêncio, dedicar-me-ei em refletir sobre a paixão e morte de Jesus Cristo e sobre as dores de Maria.
32. Minhas contínuas orações, comunhões, etc., oferecidas a Deus juntamente com o precioso sangue de Jesus Cristo, sejam sempre em favor dos pobres pecadores.
33. Quando souber, ou me contarem, que alguma pessoa está sob provação da divina vontade, mas não consegue aceitar o sofrimento e pede ajuda, eu pedirei a Deus por ela: oferecerei tudo o que fizer em três dias seguidos para que obtenha do Senhor a santa uniformidade com o querer divino.
34. Ao receber a bênção do superior, considero-a ter recebido da própria pessoa de Jesus Cristo.
35. Nunca pedirei a sagrada comunhão mais tarde (fora da missa), a não ser por grande necessidade, e a pedirei quando me for permitido comungar, para que esteja sempre bem preparado. Se me for negada, farei uma comunhão espiritual particular no momento em que o sacerdote comunga.
36. A ação de graças vai desde esse momento até o meio dia. E do meio dia até o anoitecer a preparação (para comungar).
37. Prática para a Visita ao Santíssimo Sacramento: Meu Senhor, eu creio que estais no Santíssimo Sacramento e vos adoro com todo meu coração. Nesta visita quero adorar-vos em todos os lugares da terra, onde estais presente de um modo sacramental. Ofereço-vos todo vosso precioso sangue em favor de todos os pobres pecadores, com a intenção de receber-vos, agora, espiritualmente tantas vezes quantos são os lugares em que estais presente.
38. Prática para os atos de amor: Meu Deus, desejo amar-vos com todos os atos de amor que Maria Santíssima fez e todos os espíritos bem-aventurados desde o princípio. E com o amor de todos os fiéis da terra, unido ao amor mesmo de Jesus Cristo ( ao Pai) e a todos os que ama, multiplicando cada vez estes atos. E também a Maria Santíssima.
39. De hoje em diante, tratarei os sacerdotes com todo o respeito possível, como se fossem a mesma pessoa de Jesus Cristo, embora não sejam, e respeitando sua grande dignidade.
7. Voto de fazer o mais perfeito
Explicação do conhecido voto de fazer o mais perfeito, isto é, aquilo que me parece o mais perfeito diante dos olhos de Deus. Estende-se a todas as obras (grandes) e pequenas, que deverei praticar com a maior mortificação e perfeição que julgar diante de Deus. Entende-se que deve haver uma permissão geral de V. Revma., a fim de proceder com segurança.
Reservas sobre o referido voto:
1. Todas as coisas que fizer distraidamente e sem considerá-las, e que seriam contra o voto, não estão sujeitas ao referido voto.
2. Pedir licença não fica incluído nele. Se me encontro fora do convento, posso pedir licença a quem quer que seja, para evitar toda confusão ou escrúpulo, que poderia impedir-me de agir. Posso pedir permissão ao padre confessor para dispensar-me deste voto e ele o pode dispensar todas vezes que quiser.
8. Devoções à Santíssima Trindade
Prometo fazer-vos sempre esta pequena devoção, a saber: oferecer um Glória-ao-Pai cada vez que enxergar cruzes ou imagens de alguma das três divinas pessoas, e cada vez que escutar nomeá-las ou ao iniciar e terminar uma ação.
9. A Maria Santíssima
Farei o mesmo para com Maria Santíssima: cada vez que vejo um mulher rezarei uma Ave-Maria para sua pureza.
10. Aos santos protetores
São Miguel Arcanjo e todos os espíritos bem-aventurados. São Joaquim, Santana, São João Batista, Santa Isabel, São João Evangelista, o santo do dia, os santos protetores do ano e do mês. O santo do dia de meu nascimento e o santo do dia no qual hei de morrer. São Francisco Xavier, Santa Teresa, Santa Maria Madalena de Pazzi, São Filipe Neri, São Nicola de Bari, São Vicente Ferrer,
Santo Antônio de Pádua, Santo Agostinho, São Bernardo, São Boaventura, Santo Tomás de Aquino, São Francisco de Assis, São Francisco de Sales, São Francisco de Paula, São Félix, capuchinho, São Pascoal, São Vito, São Luís Gonzaga, Santa Maria Madalena, Santa Catarina de Sena, Santa Inês. São Pedro e São Paulo, Santiago e a venerável Madre Maria Crucificada.
11. Antes e depois das refeições
(Dizer) três Glória-ao-Pai à Santíssima Trindade e três Ave-Marias à Maria Santíssima.
Ao partir o pão, em cada pedaço, um Glória-ao-Pai. Ao beber vinho, outro Glória. Uma Ave-Maria ao beber água. E o mesmo, cada vez que soar o relógio.
12. Afetos
Ó Deus meu, oxalá pudesse eu converter tantos pecadores quantos são os grãos de areia do mar e da terra, as folhas das árvores e dos campos, quanto são as partículas do ar, estrelas do céu, raios do sol e da lua e criaturas todas da terra.
Ao levantar-me e ao deitar-me, farei os atos acostumados de ação de graças da comunidade.
À tarde e pela manhã, antes da comunhão, da primeira refeição e das vésperas, farei o exame de consciência com o ato de arrependimento.
Vivam Jesus e Maria, (e os santos) Miguel e Teresa, Maria Madalena de Pazzi e Luís. Amém.
TRECHO RETIRADO DO LIVRO CARTAS DE SÃO GERALDO
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